25 outubro, 2007

Comilança

Não abro a geladeira de madrugada. As latas de leite condensado nem chegam mais perto dos meus dedinhos longos antes de irem ao lixo. Minha barriga ronca por um doce e eu bebo água para enganá-la. Laranja com bagaço entrou no cardápio. O que é isso? É a minha calça 36 com cheiro de mofo, ansiosa pelo mês de dezembro.

12 outubro, 2007

Post Oculto

E eu agora que, como se não bastasse o trabalho aos montes, o curso de italiano e a preparação para o mestrado, resolvi desprender esforços em prol da oficina de contos. Coisa de quem tem um faniquito dentro da cabeça, e outro na mão.

09 outubro, 2007

Quanto tempo dura um tempo?

Esse negócio de tempo é uma teoria absurda que alguém inventou enquanto brincava com vidrinhos de passar areia. Não existe um tempo igual pra todo mundo. Tempo é uma coisa pessoal, humana, até fisiológica. Cada um tem seu tempo, com seus segundos demorando mais ou menos. Algumas horas demoram dias, meses. Alguns anos demoram um simples estalar de dedos. Então, quem foi mesmo que inventou essa história de que tempo é um fator exato? Quem disse que cada relógio gira na mesma velocidade, numa circunferência do mesmo tamanho? E os digitais, que seguem uma regra mecânica totalmente oculta, quem garante que eles seguem a mesma duração matemática? Na verdade, tempo é uma coisa que não existe. Nós é que fazemos as coisas acontecerem, passarem. Se nada acontece, não houve tempo. E, na verdade, não há duração igual dos instantes pra ninguém. O advento do tempo originou a espera. E esperar é um tormento. Por coisas boas, vem a ansiedade. Pelas ruins, o fatalismo. Ainda que as esperas tenham tempo certo, o tempo é incerto demais para elas. Ou seja, melhor não pensar que existe tempo, porque ele nos escraviza. Melhor entendermos que vivemos um instante constante, no qual somos agentes de nossa própria existência.

P.S. Não sei se perco o meu tempo falando nisso, mas é que se não tenho tempo mesmo...