25 novembro, 2008

E quem tem medo de farofa de cuzcuz? Se entalar, bebe água que desce rasgando o esôfago. Volta a comer devagarinho que tudo volta ao normal. Faz medo não...

Infância

sorvete com a cara lambuzada...
cambalhota no travesseiro...
esconde-esconde...
barquinho na rede da varanda...
boi-da-cara-preta...
barulho de pum na barriga...
cócegas embaixo do lençol...
buzina no nariz...

eu já passei da idade, mas meu sobrinho não.

15 novembro, 2008

Destino carnavalesco


14 novembro, 2008

Coisas de gente grande

- Cadê o queijinho que eu deixei aqui?
- O gato comeu!
- E desde quando gato come queijo?
- Desde que o ratinho na barriga dele aprendeu a pedir...

13 novembro, 2008

Quem pode, vê

Vê que não sou quem deixa a vela acesa no quarto.
Vê que ajoelho e rezo.
Fujo do vazio do meu diafragma e partilho minhas palavras com Deus num monólogo diário absolutamente incompreensível.
Vê que canto.
Quem canta reza duas, três, mil vezes a mais porque expõe a alma e transforma tudo em emoção.
Vê que agradeço.
Atento para o fato de que tenho tudo demais enquanto a maioria tem tudo de menos.
Vê que tento.
Meu mundo parece melhor que o de muita gente, mas desejo o fim dessa dispardade de valores humanos e materiais.
Vê que sonho.
Sacrifico minha realidade em prol das alegrias das doces ilusões.
Vê que contribuo.
Meu suor diário é a certeza de que cada um deve usar sua lucidez e sua incolumidade em prol de um bem maior.
Vê que amo.
E para quem ama, da forma que souber, tudo é absurdamente justificável.

12 novembro, 2008

Feminismo



11 novembro, 2008

Mas... para sempre é tanto tempo...
que tal... "para tantos dias quanto pudermos"?

Caso pessoal

O essencial é invisivel aos olhos. É palpável num sorriso, num olhar desajeitado, num jeito próprio de andar ou de esfregar as mãos. O essencial é impar, inconsciente e especialmente mágico. É quem diz tanto sobre o universo mais pessoal de cada um. Nele teimamos em adentrar cada vez que conhecemos alguém que, por uma razão inexplicável, nos faz querer saber mais e entender aquele "eu" que mais parece um presente, embrulhado num papel laminado.

Sinto dizer que a mim não importa quantos estereótipos pareçam os mais fáceis, quantos "eus" mostrem-se objetivamente mais atraentes. Nada disso importa. Mais vale o indecifrável, contido nas entrelinhas do silêncio, capaz de deixar à fuga nossa capacidade de desvendar, de reconhecer as diversas e caracterizáveis índoles humanas.

É assim que se constroem os verdadeiros afetos.

04 novembro, 2008

A Cura

Os envólculos e embalagens podem ser semelhantes. Os efeitos, até placebais. Mas as receitas nunca são as mesmas. Para cada enfermidade, uma prescrição e uma dosagem distinta. Para cada caso clínico, um diagnóstico. Mas sempre que insistimos em remediar pelo alivio às dores, um dia a gente finalmente se sente mais leve, lentamente acorda, se alça do leito, esfrega os olhos, respira fundo e num suspiro aliviado diz: "passou".

03 novembro, 2008

Orgulho e Preconceito


Lizzie: "Eu me pergunto quem descobriu o poder da poesia para espantar o amor..."

Darcy: "Achei que fosse o alimento do amor"

Lizzie: "Do amor belo e vigoroso. Mas se é apenas uma vaga inclinação, um pobre soneto o liquidará."

Darcy: "Então o que recomenda para despertar a afeição?"

Lizzie: "Dançar. Mesmo que o par seja apenas tolerável."

02 novembro, 2008

Oasis da Expectativa


De repente eu inventei de colocar bandeirinhas no google earth em lugares que ainda preciso conhecer antes de aposentar as asas. E dando minhas costumadas voltas pelo globo virtual e suas fotografias, descobri uma pizza hut bem em frente aos quéops do Egito. Na verdade, é só para mitigar o sonho de pegar um camelo e seguir no meio do deserto à procura das pirâmides - aventura frustrada, a minha.

A civilização, enfim, é um verme destruidor da originalidade e do encanto das descobertas mais incríveis. Ela nos oferece uma pepsi-cola até nos quintos... dos lugares mais longínquos...