30 outubro, 2008

Ident-idade

Eu gosto mesmo é do novo, apesar da mania de tentar consertar o passado.
Começo pelas escolhas das prioridades e faço uma lista dos meus desejos para daqui a uma hora e mesmo para daqui a um ano.
Surjo como um vendaval no meio da calmaria e dou uma sacudida nas roupas penduradas no varal.
Entendo que preciso planejar mais. E planejar menos, em momentos distintos, porque a vida também deve fluir naturalmente.
Minha complexidade chega ao máximo quando me percebo a pessoa mais simples do mundo.
Sou antagônica, sou estranha, mas sou fácil.
Sigo meu caminho de pés descalços e cabelos soltos.
Não tenho medo, sigo minhas intuições, ligo pra quem quero, converso com quem me identifico.
Falo sobre o que acredito.
Leio tirinhas do snoopy de tempos em tempos.
Durmo menos do que deveria, mas aproveito mais o final dos vinte e poucos anos.
No fundo, tudo parece igual dentro de mim cada vez que tenho pena do meu cachorro quando ele dorme no chão e quando me olho no espelho e vejo que ainda sou a mesma menina pálida que nunca gostou de usar batom.
A minha essência parece mesmo que não mudou, só a cor é que é diferente de tempos em tempos.
É a cor das escolhas que faço, porque sou um acontecer diário.
Sou o dia e a noite.
Sou a idéia e a coragem.
Sou a música e o sussuro.
Sou quem foge, vez por outra, do sentimento de identidade.
Sou quem assiste, às vezes tarde, na última sessão, o filme da minha verdadeira história.