13 novembro, 2008

Quem pode, vê

Vê que não sou quem deixa a vela acesa no quarto.
Vê que ajoelho e rezo.
Fujo do vazio do meu diafragma e partilho minhas palavras com Deus num monólogo diário absolutamente incompreensível.
Vê que canto.
Quem canta reza duas, três, mil vezes a mais porque expõe a alma e transforma tudo em emoção.
Vê que agradeço.
Atento para o fato de que tenho tudo demais enquanto a maioria tem tudo de menos.
Vê que tento.
Meu mundo parece melhor que o de muita gente, mas desejo o fim dessa dispardade de valores humanos e materiais.
Vê que sonho.
Sacrifico minha realidade em prol das alegrias das doces ilusões.
Vê que contribuo.
Meu suor diário é a certeza de que cada um deve usar sua lucidez e sua incolumidade em prol de um bem maior.
Vê que amo.
E para quem ama, da forma que souber, tudo é absurdamente justificável.