19 junho, 2007

Fênix

Eu aqui, permanente em minha mansidão, desta vez não mais abobalhada, diria... destemida, confiante e algoz. Picos de pensamentos muito bem assimilados, mas medos erroneamente atormentados por incertezas que subitamente aparecem quando resolvo rever meus conceitos.

Não deveria ser, penso. Mas é, inconscientemente. Não depende do querer, tantas vezes.

Havia por aqui, há pouco, cinzas que não eram minhas, mas que eu até desejei que fossem por uns instantes. Cinzas são apenas restos do que acabou e não passam disso, de resto fúnebre de fuligem, que serve pra absolutamente nada, nada mais.

Queria ter um lixo, um arquivo morto, para que pudesse ser para mim algo desprezível como deve ser aquilo que passa. Mas parece que meus cigarros não se apagam, nem terminam. Em tantas vezes penso que jamais verei as cinzas dos medos intimamente não superados, das certezas incertas, porque não suficientemente acreditadas. E descubro que cinzas interiores podem voltar a ser fogo, atormentar e fazer muita fumaça. Simplesmente porque ainda havia alguma chama que impedia o fim, que cedo ou tarde seria absolutamente inevitável.

Moral da divagação: todas as crenças não passam de desejos até que o tempo transmutem-nas em vida, em mágoa... ou em fuligem. É tudo uma questão de tempo.